Com o Decreto Governamental do último dia 20 de março para o fechamento de lojas e locais com grande concentração de pessoas devido à propagação do Covid-19, popularizado como coronavírus, os proprietários de revendedoras de veículos têm amargado, assim como em outros setores, um grande prejuízo.
Para se ter ideia da gravidade da situação, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/SE), apenas no mês de março o setor já contabiliza menos 589 veículos para primeiro emplacamento quando comparado com o mesmo período de 2019, o que representa uma queda de 20%.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Estado de Sergipe (Sincodiv/SE), Daniel Alcântara, a situação ficou ainda pior com o fechamento do Detran para emplacar esses veículos novos, uma vez que alguns deles já haviam sido faturados.
“Ainda bem que o Detran voltou a fazer novos emplacamentos após 10 dias fechado. O coronavírus tem atrapalhado bastante todo mundo. Só estamos funcionando oficina, apesar que agora, carros que estavam viajando e estavam vendidos, agora podemos faturar e emplacar com a volta parcial do Detran, mas só através de despachantes”, explica Daniel.
Ele acredita que o mês de abril será ainda mais difícil e que a volta à normalidade deva acontecer apenas no mês de maio.
“Está muito difícil para muitas concessionárias. Não estamos fazendo atendimento presencial. Já tem quase 15 dias que não emplaca carro. Acho que o mês de abril vai ser muito difícil. O que vai acontecer é um religamento das empresas e dos clientes, porque a normalidade mesmo se der a partir de maio”, vislumbra o empresário.
Vale ressaltar que desde fevereiro deste ano o setor já acumula queda. Em janeiro, o Detran/SE computou 2.947 emplacamentos de veículos novos. Já em fevereiro, esse número caiu para 2.414, fechando o mês de março com 2.248 unidades emplacadas.
Apesar dos números, o presidente do Sincodiv é otimista e revela grande procura pelas plataformas virtuais por parte dos cientes nesse período de quarentena. “O virtual, as empresas têm tido muita consulta de preço, muitas pessoas estão pesquisando. Os clientes estão se preparando para quando voltar às atividades”, assegura Daniel.
Corroborando com o pensamento dele, a cabeleireira Joana D´arc Nascimento é uma dessas pessoas que está buscando os aplicativos para saber informações sobre veículos novos. Segundo ela, a primeira coisa que fará após o período de isolamento social é adquirir um novo automóvel.
“A situação esta muito ruim eu sei, mas eu vinha me planejando desde o ano passado para comprar um carro novo e acabei adiando o meu sonho devido ao coronavírus. Mas, assim que tudo normalizar vou retomar isso. Todos os dias eu faço buscar e até já tenho dois modelos em vista, mas ainda estou indecisa”, afirma a cabeleireira.
Questionado sobre a busca por um auxílio para o setor por parte do governo, o presidente do Sincodiv/SE afirma que ainda está contabilizando os prejuízos para, em seguida, manter contato com o governo.
“Estamos levantando as necessidades do setor, mas, basicamente, os incentivos que iremos precisar é o que o comércio como um todo deve pedir, que é a questão da prorrogação do ICMS e também a linha de crédito do Banese é importante para se capitalizar e fazer girar o negócio”, finaliza Daniel Alcântara.
Reportagem: Diego Rios (Jornal da Cidade)
Fotos: 1 Ronald Dória / 2 Divulgação
