As locadoras de veículos no país deverão ter um aumento na idade média da frota, segundo prevê a Abla, Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis. A redução da oferta por parte das montadoras e a própria desaceleração do setor por causa da pandemia do Covid-19 estão entre os motivos e estimativa é de que que as empresas ampliarão o tempo médio em que ficam com os veículos seminovos em atividade dos 14,9 meses registrados no final de 2019 para 18 a 20 meses este ano.
“O cenário mais desafiador é aquele referente aos motoristas de aplicativos, cujas devoluções de carros já superam a marca de 80%”, informa o presidente da Abla, Paulo Miguel Junior. “Com isso, o novo cenário é de menos aquisições para renovação da frota”. A revisão dos dados relativos a idade média dos carros ofertados pelas locadoras foi feita pouco depois de um mês da adoção de ações restritivas ao contato pessoal nos vários Estados brasileiros. O setor, segundo balanço realizado no final do ano passado, contempla 10.812 empresas e total de 75.104 empregos diretos no Brasil.
A entidade informa que, com exceção das áreas de saúde e de segurança, há uma redução de 25% no aluguel de longa duração para empresas e órgãos públicos. “Ao mesmo tempo, no setor privado, também há empresas pedindo redução de valores de locação durante a crise e alteração de forma de pagamento”, destaca Miguel Junior.
Segundo o executivo, o que traz alento neste momento é a perspectiva de retomada rápida dos negócios do setor após passar esse período de crise na saúde e na economia mundial e local. “A demanda reprimida tende a fazer com que todos corram atrás do prejuízo e, assim, poderemos ter uma resposta satisfatória não só para o nosso setor, mas para toda a economia brasileira”.
