Após um hiato de sete anos, enfim o Salão do Automóvel teve seu retorno confirmado pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Em reunião realizada ontem em Brasília, dirigentes da entidades e CEOs das montadoras disseram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a feira de carros será realizada em São Paulo em Novembro de 2025.
Além do período, datas e local também já foram confirmados. O período de realização do Salão será entre 22 de novembro e 1º de dezembro no palco tradicional onde ocorreu a grande maioria das edições: o Pavilhão de Exposições do Anhembi, localizado na Marginal do Rio Tietê, na capital paulista. A última edição havia acontecido em 2018, no São Paulo Expo, na Rodovia dos Imigrantes
Quem deu a notícia ao presidente Lula foi o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. Vale lembrar que Lula praticamente exigiu o retorno do Salão do Automóvel após atender todos os pedidos feitos pelas montadoras tradicionais, representadas pela Anfavea, com incentivos fiscais e projetos de descarbonização. A renião contou ainda com ministros Geraldo Alckmin, Fernando Haddad, Rui Costa e Luiz Marinho.
“Agradeço aos presidentes das nossas associadas, que se esforçaram para essa retomada. E também ao impulso dado pelo presidente Lula, em razão de sua ligação histórica com o setor automotivo”, disse Lima Leite, ao entregar ao Presidente da República um documento formalizando a volta do Salão de São Paulo.
Um novo formato
A edição de 2025 do Salão seguirá os padrões da CES Las Vegas e dos reconfigurados Salões de Pequim, Munique e Detroit, todos eles visitados recentemente pela Anfavea. O presidente da entidade fará, inclusive, visita oficial ao Salão de Paris na próxima semana, “na busca contínua pelas melhores práticas de exposição, dentro dos conceitos de mobilidade do futuro”, segundo a Anfavea.
A entidade informou ainda que o foco mudará, sendo “total nos produtos, na experiência com test-drives, nos serviços aos clientes, e sobretudo nas novas tecnologias de propulsão ambientalmente amigáveis, de segurança e de conectividade entre carro e motorista, além da conexão entre veículos e o seu entorno”
Mesmo marcas que não estão sob o guarda-chuva da Anfavea, como BYD e GWM poderão expôr seus veículos no evento. A ideia da Anfavea é que seja feito um evento amplo e focado na descarbonização. Logo, é de se esperar que venha um sem-fim de lançamentos de modelos micro-híbridos, híbridos flex, híbridos plug-in e elétricos.
Um bom motivo para isso vem de um estudo da prórpria Anfavea, que indica que o setor automotivo emite 242 milhões de toneladas de CO2 por ano, o que representa cerca de 13% das emissões totais do Brasil. Para se ter uma ideia, a entidade afirma que se o ritmo atual de crescimento continuar, as emissões chegarão a 256 milhões de toneladas em 2040.
Para uma melhora nesse quadro é que vem o esforço da descarbonização. “Ao se intensificar o uso das novas tecnologias de propulsão desenvolvidas pelos fabricantes de veículos nacionais, combinadas com a maior utilização de biocombustíveis, pode-se obter uma redução de até 280 milhões de toneladas de CO2 nos próximos 15 anos”, explica a associação das montadoras tradicionais.
Este estudo da Anfavea creditou que a entidade fosse selecionada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima para apresentar um painel no estande oficial do Brasil na COP29 em Baku, no Azerbaijão, de 11 a 22 de Novembro. O painel será sobre a Descarbonização do Setor Automotivo.
