As consequências do Coronavírus para além da área de saúde já vem sendo sentidas em diversos lugares do mundo. E no Brasil, isso pode significar a parada na produção de veículos. A associação nacional das fabricantes, a Anfavea, admite este risco para os próximos meses. Caso a epidemia se acentue é possível que ocorram novas interrupções da produção de fornecedores de componentes externos, especialmente vindos de países asiáticos.
O presidente da associação, Luiz Carlos Moraes, declarou durante o balanço do primeiro bimestre no setor que “até agora o ritmo de produção se mantém normal, mas existe o risco para a indústria de paradas de produção ainda em março ou abril”. Moraes disse ainda que “cada montadora já estuda alternativas para enfrentar um possível agravamento da situação”.
O dirigente explica que o grande problema é que a China responde pela maior parte de componentes, em torno de 13% em 2019. Como o país é distante, as peças só desembarcam por aqui depois de 8 a 10 semanas. Por isso é comum na indústria nacional que as fabricantes, afim de se precaver, se abasteçam com maiores estoques de peças, o que dá fôlego, por enquanto, para manter as linhas em atividade.
O anúncio da Anfavea diz que “Há alternativas já sendo levadas em conta, conforme a realidade de cada montadora. Pode-se reorganizar a programação de produção a partir de um outro mix de veículos, reduzir a velocidade da linha de montagem ou mesmo usar o transporte aéreo para busca de peças. E caso tenhamos que enfrentar o pior cenário, a recuperação posterior é rápida”
